Reforçômetro: Inter errou mais que acertou nas contratações em 2025

O futebol é cruel e, no mundo dele, o dinheiro normalmente fala mais alto. No caso do Inter, que há anos convive com graves limitações financeiras, os dirigentes entraram mais uma vez no mercado em 2025 com o bolso curto e a esperança grande. O resultado? Um carrinho cheio de apostas baratas, algumas razoáveis, outras duvidosas e muitas que já saíram da prateleira vermelha e se espalharam pelo mundo em busca de oportunidades.
Em resumo, mesmo reconhecendo que quando se compra em prateleiras inferiores, a chance de erro é muito maior, o Inter foi pródigo em exemplos de más escolhas quando recorreu ao mercado em busca de reforços. Entre os 11 jogadores contratados desde janeiro, três já foram embora sem deixar saudades, alguns ainda tentam mostrar serviço, enquanto apenas quatro realmente entregaram algo de útil a Roger Machado. É pouco para quem sonha em se manter competitivo diante de rivais que gastam muito mais.
O tema ganhou força nos últimos dias. Primeiro, após a queda na Libertadores diante do Flamengo, quando o presidente Alessandro Barcellos lamentou o abismo financeiro criado no futebol brasileiro. Depois, foi a vez do executivo de futebol, André Mazzuco, tentar explicar, ainda sob o peso da derrota para o Cruzeiro, no Mineirão, domingo, a política de contratações do clube, principalmente neste ano.
“A verdade é que a gente precisa se aprofundar mais nesse tema do futebol brasileiro e das diferenças que se colocam. Um investimento de R$ 277 milhões nesta janela (do Flamengo) contra um investimento de R$ 27 milhões (do Inter). São 10 vezes mais! Nas últimas quatro janelas, são R$ 600 milhões de investimento do Flamengo. Isso é novo no futebol brasileiro, e nós precisamos entender e trabalhar nisso”, afirmou o dirigente, admitindo que a hora da reclamação não era a melhor por causa da desclassificação, mas ressaltando: “A distância (financeira) está ficando tão grande que acaba sendo decisiva e define as coisas dentro do campo pois reflete na qualidade dos elencos”.
Até por falta de recursos, o Inter não deve fazer novas contratações nesta temporada. Os dirigentes estão atentos ao mercado e a alguma oportunidade que possa surgir, mas a tendência é chegar até o final da janela de transferências, na próxima terça-feira, sem mais novidades. Por outro lado, como ainda busca bater a meta de arrecadação com a venda de jogadores, novos negócios podem ser feitos, inclusive nesta janela. Ou seja, se surgir a chance, o Inter venderá alguma de suas peças.

Fonte: CP