Senador Ciro Nogueira determina prazo para ministro deixar cargo no governo Lula

O presidente do Progressistas, senador Ciro Nogueira (PI), afirmou nesta quinta-feira (2) que deu até a próxima terça-feira (7) para que o ministro dos Esportes, André Fufuca (PP-MA), peça demissão do cargo.
Ao questioná-lo sobre qual punição o ministro teria se não deixasse o posto, o senador afirmou. “Vai sair, vai sair.”
No início de setembro, a federação partidária formada pelo União Brasil e pelo PP anunciou que filiados aos partidos deveriam deixar cargos no governo do Lula.
O comunicado afirmava que “em caso de descumprimento desta determinação, se dirigentes desta Federação em seus estados, haverá o afastamento em ato contínuo. Se a permanência persistir, serão adotadas as punições disciplinares previstas no Estatuto”.
Apesar de Ciro Nogueira insistir que Fufuca vai sair do cargo, correligionários do ministro no partido avaliam que Fufuca tem dito que gostaria de permanecer no governo. Umas das alternativas em estudo para ele continuar na função seria a punição apenas pela perda do comando da federação do PP-União no Maranhão.
Nesse caso, o partido daria o comando estadual pro deputado Pedro Lucas, que é do União.
Reservadamente há uma avaliação de que se Fufuca perdesse o comando do partido no estado, poderia impactar na força que ele teria para conseguir uma vaga no Senado no ano que vem. Mas sem apoio de Lula, o impacto poderia ser maior.
Debandada
Apesar do anúncio de desembarque do governo, União Brasil e o Progressista ainda ocupam mais de 140 cargos pela Esplanada. O levantamento foi feito pelo jornal O Globo com base na lista de filiados dos dois partidos. São 97 indicados pelo União e 43 pelo PP.
Na semana passada, o ministro do Turismo, Celso Sabino, entregou a carta de demissão a Lula após receber o ultimato do partido dele para sair do cargo, mas ainda aposta num diálogo e torce para conseguir se manter no cargo. O União Brasil afirmou que pode até expulsar os filiados que insistirem em permanecer no atual governo.
A maioria dos cargos ocupados pelo Centrão estão em autarquias com orçamentos bilionários. O Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS) é comandado por um indicado do PP. A Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) tem vários indicados pelo União Brasil, em cargos, inclusive, de diretoria.
Os órgãos são subordinados ao Ministério de Integração e Desenvolvimento Regional, comandado por Waldez Góes. Apesar de não ser do União Brasil, ele foi indicado ao cargo pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre, que é da legenda. A Codevasf, também de orçamento bilionário, teve o comando indicado por Alcolumbre.
Ainda segundo o levantamento do Globo, a autarquia abriga três filiados do PP e dois do União Brasil. A legenda, que deu ultimato aos filiados nas últimas semanas, ainda tem integrantes do partido em cargos do Palácio do Planalto, da Funai e do Ministério da Saúde.
Após a carta de demissão de Sabino, a expectativa é que os outros filiados do União Brasil também deixem os cargos. Alguns, no entanto, devem pedir para sair do partido para permanecer no governo. O PP desembarcou do governo, mas deu um prazo de 30 dias para a saída dos filiados, que termina no início de outubro.
Fonte: O Sul