Entenda o impacto do McDonald’s no mercado de trabalho do Brasil

Para além da qualidade dos sanduíches, Dorival Oliveira (foto), vice-presidente da rede no país, diz ter como pilares estratégicos a formação de mão de obra e o compromisso com a diversidade e o impacto social
Quem conhece a história de Rogério Barreira, CEO do McDonald’s no Brasil, sabe que sua trajetória na rede de fast food começou como atendente em uma das lanchonetes da marca. Quase quatro décadas depois, em 2022, ele assumiu a presidência e se tornou um exemplo daquilo que é uma grande aposta da companhia: atrair e desenvolver novos talentos e capacitá-los para uma progressão de carreira.
De acordo com Dorival Oliveira, vice-presidente da Arcos Dorados, operadora do McDonald’s na América Latina, 88% dos gerentes de restaurante começaram as suas trajetórias como Barreira – no balcão da loja.
No Brasil, a empresa acumula 70 mil colaboradores e se posiciona como uma das maiores portas de entrada para o mercado de trabalho – foram 5 mil vagas de empregos abertas em 2024. Dos funcionários, mais de 80% costumam estar no primeiro emprego. E a maioria deles são jovens de até 24 anos.
Em entrevista ao Diário do Comércio durante a edição de 2025 do Bconnected, realizado pelo Grupo Bittencourt, Dorival afirmou que o foco do McDonald’s continua sendo os jovens em busca de uma primeira experiência profissional. “Queremos pessoas que tragam novas ideias e energia para impulsionar nosso negócio, se desenvolver e encontrar o seu lugar no mercado de trabalho.”
O executivo conta que a empresa investiu mais de R$ 100 milhões em programas de desenvolvimento em 2024 com base nos fundamentos da marca, com temas como prevenção à violência, vieses inconscientes e a criação de um ambiente seguro e respeitoso.
No aspecto socioemocional, mais de 60 mil pessoas participaram de cursos digitais da Hamburger University, que abrangem desde liderança até marketing digital e trabalho em equipe. Outra força da rede no mercado de trabalho, segundo Dorival, está associada à contratação de grupos historicamente mais vulneráveis.
Dorival diz que, no último ano, a empresa firmou uma parceria com o governo federal para recrutar pessoas listadas no Cadastro Único, com a meta de alcançar até 25 milhões de famílias. Por meio de programas de desenvolvimento e alianças com ONGs, o McDonald’s estima ter impactado 400 mil jovens na América Latina.
A inclusão e o posicionamento da marca com a diversidade, segundo o executivo, também fazem parte dos pilares estratégicos da rede no Brasil. Aproximadamente 800 profissionais com deficiência foram contratados em 2024. No total, a companhia emprega cerca de dois mil colaboradores com deficiência, sendo que 70% deles não tiveram nenhuma oportunidade de emprego anterior.
Ampliando esse cenário, o executivo revela que mais de 40% dos líderes se identificam como negros e cerca de 23% dos funcionários se declaram LGBTQIA+. No recorte por gênero, 52% das promoções a cargos de liderança foram conquistadas por mulheres, que representam 60% do total geral de promoções.
“As mulheres têm empatia, sabem resolver conflitos, atendem bem, trabalham rápido e isso é reconhecido em nosso plano de carreira”, disse.
A transformação digital é outro importante eixo da marca e é utilizada para engajar e personalizar a experiência, diz o executivo. Atualmente, quase 70% das vendas no país já passam por interações digitais, seja pelo aplicativo ou pelos totens de autoatendimento.
Entre os investimentos em tecnologia, a empresa aposta na interação com a inteligência artificial, que já está em uso no programa ‘Meu Méqui’. Por meio dele, a IA analisa hábitos de consumo para oferecer promoções e sugestões sob medida, como enviar um lembrete ou oferta exclusiva a clientes que deixaram de pedir seus combos favoritos.
Ao unir o investimento maciço em capital humano – promovendo diversidade, inclusão e desenvolvimento profissional – com a adoção de tecnologias como a IA, Dorival aponta o McDonald’s como uma referência global não apenas em alimentação, mas também em inovação e responsabilidade social.
“Queremos crescer gerando empregos, promovendo a diversidade e investindo em inovação. É o crescimento das pessoas que move o nosso negócio e me permite atender dois milhões de pessoas por dia”, diz.
Fonte: Diário do Comércio