Diretor da Polícia Federal acusa gestão Bolsonaro de interferência política na instituição
O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, acusou o governo Bolsonaro de interferência política na instituição. A fala foi dada ao canal CNN.
“Eu me refiro especialmente à instabilidade. E à interferência política na nossa instituição”, disse.
Rodrigues menciona as sucessivas mudanças no comando da PF como responsáveis pelo “bloqueio de ações” durante o período. Bolsonaro mudou o comando da PF quatro vezes.
“Nenhuma empresa, nenhuma instituição se sustenta, pode ser produtiva com tamanha alternância porque isso implica mudança de diretores, de superintendências”, afirmou.
Maurício Valeixo deixou a direção após disputa do presidente da República com o então ministro da Justiça, Sergio Moro. Ele foi substituto por Rolando Alexandre, nome de confiança de Bolsonaro, posteriormente, trocado por Paulo Maiorino, indicado por Anderson Torres, à época ministro da Justiça.
Alexandre Ramagem chegou a ser cogitado para assumir a direção da Polícia Federal, mas foi impedido por Alexandre de Moraes, pela proximidade dele com a família Bolsonaro.
Lula sofre ameaças
Durante a entrevista, o diretor da PF disse que o setor de inteligência da corporação policial ainda identifica ameaças feitas contra a integridade física do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“Nós temos, com muita frequência, ameaças que temos de apurar”, disse. “Infelizmente, seguem algumas ameaças que as investigações também procedem e nós temos de apurar”, acrescentou.
Até o momento, a Polícia Federal já prendeu 32 pessoas que atentaram contra a integridade do presidente. As detenções por ameaças foram feitas da campanha eleitoral até hoje.
Um dos detidos foi o jornalista Allan Frutuozo da Silva, contra o qual havia mandado de prisão por crime de ameaça. Ele foi detido ao tentar embarcar para a Argentina.
Fonte: O Sul