Ato de Bolsonaro na Paulista reúne 185 mil pessoas, calcula grupo de pesquisa da USP
O ato convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na Avenida Paulista, neste domingo, contou com a presença de 185 mil pessoas. O cálculo é do grupo de pesquisa “Monitor do debate político”, da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da USP, coordenado por Pablo Ortellado e Márcio Moretto.
- Os pesquisadores acompanharam a manifestação de apoio ao ex-presidente em meio às investigações da Polícia Federal (PF) por suposta tentativa de golpe de Estado. O grupo produziu imagens aéreas entre 15h, horário de chegada de Bolsonaro, e 17h, quando ele terminou de discursar, contabilizando o público presente com auxílio de um software.
- Às 17h, a metodologia resultou na contabilização de cerca de 45 mil pessoas. A estimativa de 185 mil presentes, porém, é do pico da manifestação, justamente por volta das 15h, quando Bolsonaro cruzou a multidão até subir ao trio elétrico.
- De acordo com o Monitor, foram tiradas 43 fotos da Paulista, e 11 delas foram selecionadas de modo a cobrir toda a extensão da avenida, sem sobreposição. Em seguida, cada imagem foi repartida em oito partes, sendo aplicada uma implementação do método Point to Point Network (P2PNet), que identifica cabeças e estima a quantidade de pessoas em uma fotografia.
- Como foi o ato
- O ato começou, oficialmente, às 14h, mas desde o início da manhã a Avenida, um dos cartões postais da capital paulista, já registrava movimentação intensa, com a presença de apoiadores do ex-presidente vestindo camisas verde e amarelo, além de bandeiras do Brasil, de Israel e de Bolsonaro estendidas nas calçadas. O Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp) ficou fechado neste domingo por conta da manifestação.
- No último dia 12, o ex-presidente gravou um vídeo chamando seus seguidores às ruas para um “ato pacífico” e em defesa do “Estado Democrático de Direito”. Na mensagem, amplamente divulgada por aliados nas redes sociais, Bolsonaro prometeu rebater “todas as acusações” que lhe foram feitas nos últimos meses.
- Ele ainda faz um apelo para que seus apoiadores não levassem cartazes “contra quem quer que seja”— as manifestações bolsonaristas frequentemente exibem faixas com ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF) e seus ministros, recomendações que foram repetidas por aliados durante toda a semana em grupos bolsonaristas.
- Durante o ato, o ex-mandatário falou que “passou quatro anos sendo perseguido” e que essa perseguição aumentou desde que deixou a presidência da República. Ele citou a minuta de um decreto para instituir o estado de sítio, mas disse que para isso seria necessária a convocação do Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, o que ele não fez.
- Ao discursar, Bolsonaro também disse que quer passar “borracha no passado”. Na mira da PF, o ex-presidente afirmou que “golpe é tanque na rua” e suplicou ao Congresso que aprove um projeto de anistia para perdoar os “pobres coitados” condenados pelos atentados à Praça dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023
Fonte: G1