Papa Francisco diz que a “ideologia de gênero” é uma ameaça porque visa apagar a diferença entre os sexos
O Papa Francisco fez um alerta nesta sexta-feira (1º) contra os supostos males dos estudos de gênero, afirmando que a Igreja Católica vai conduzir estudos sobre o tema. O pontífice chamou a teoria de uma “ideologia horrível” que ameaça a humanidade.
Em um discurso aos participantes de uma conferência no Vaticano sobre o papel de homens e mulheres de acordo com os ensinamentos cristãos, Francisco disse que a “ideologia de gênero” é uma ameaça porque visa apagar a diferença entre os sexos.
“Eu pedi para que estudos sejam conduzidos sobre essa ideologia horrível dos nossos tempos, que cancela as diferenças”, disse o papa. “Cancelar as diferenças significa cancelar a humanidade. Homem e mulher, porém, vivem uma tensão fecunda.”
Expressão não reconhecida
A expressão “ideologia de gênero” não é reconhecida no mundo acadêmico e é usada por grupos conservadores, muitos deles religiosos, contrários aos estudos de gênero iniciados nas décadas de 1960 e 1970 nos Estados Unidos e na Europa – que teorizam a diferença entre o sexo biológico e o gênero.
Para esses estudiosos, ser um homem ou uma mulher não depende apenas da genitália ou dos cromossomos, mas de padrões culturais e comportamentais. Tais padrões, segundo os teóricos da área, são adquiridos na vida em sociedade. Já grupos de conservadores acreditam que as conclusões desses estudos sobre o gênero não obtiveram validação das ciências exatas e biológicas.
Críticas
Em 2016, ele havia denunciado uma “doutrinação dissimulada” dos livros escolares franceses, influenciados por essa teoria, o que provocou uma onda de críticas na França.
Em 2019, o Vaticano publicou um texto destinado a ajudar os professores das escolas católicas a contestar a “ideologia” de gênero, que “nega a diferença natural entre um homem e uma mulher”.
No início de 2020, em uma entrevista, Francisco declarou também que estudos de gênero “querem minar a Humanidade em todos os campos e em todas as variações educacionais possíveis” e que “propõem implicitamente a destruição na raiz do projeto de criação de Deus”.
Fonte: O Sul