Emater estima colheita da maior safra de soja da história do Estado

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Se confirmadas as projeções da Emater/RS-Ascar para a safra 2023/2024, a colheita de soja deve ser a maior da história do Rio Grande do Sul. A estimativa da empresa de assistência técnica e extensão rural, com base em levantamentos feitos na segunda quinzena de fevereiro, é de que sejam colhidas 22,24 milhões de toneladas, crescimento de 71,52% em relação ao ciclo passado, com produtividade 70,83% superior em comparação com a safra passada. Para o milho, grão de vital importância para a cadeia de proteína animal, consumo humano e biocombustíveis, os prognósticos da Emater indicam produção de 5,2 milhões de toneladas, incremento de 31,54% em relação à temporada anterior e produtividade 32,23% superior.

A apresentação dos dados ocorreu na manhã desta terça-feira na casa da Emater no parque de exposições da Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque. No cômputo geral, incluindo as culturas de arroz irrigado, feijão primeira e segunda safras, milho grão e silagem e soja, a safra de verão deve render a produção de 35 milhões de toneladas, produção 44,52% acima da colheita anterior, que sofreu impactos da estiagem e somou 24,23 milhões de toneladas. Em área plantada, os cultivos de verão ocuparam 8,43 milhões de hectares, variação de 0,84% em relação ao período anterior.

Condições climáticas

O destaque do levantamento da Emater foi a soja, cujo complexo é o principal produto exportado pelo Estado. “São números muito bons que colocam esta safra no topo do ranking em comparação com safras anteriores”, disse o diretor técnico da Emater, Claudinei Baldissera, responsável por detalhar os números estimados pela empresa. Conforme o diretor, as lavouras ainda estão em desenvolvimento, e o setor produtivo torce para que haja condições climáticas favoráveis no final do ciclo para não haver impacto na colheita.

Para o presidente da Cotrijal, Nei César Manica, os bons resultados projetados para a soja só não são mais animadores em razão de questões mercadológicas. “O importante é a gente ter uma excelente safra, ter produto. O preço é uma questão de mercado”, afirmou. “Temos que levar em consideração que no ano passado, nesta mesma época, estávamos em um patamar de R$ 170 (por saca), hoje estamos estamos abaixo de R$ 110. Então, mesmo colhendo bem, o produtor vai ter dificuldades para cumprir seus compromissos. Temos que esperar que o mercado reaja para ter renda na propriedade”, analisou.

Arroz irrigado

Entre as demais culturas, o arroz irrigado é a segunda maior área plantada da agricultura gaúcha, com 900,2 mil hectares, avanço de 7,17% em relação à safra anterior, conforme dados do Instituto Rio Grandense apresentados pela Emater. A produtividade deve cair 5,26%, ficando em 8.325 quilos por hectare, e a expectativa é de produção 3,51% maior na comparação com o ano passado, alcançando 7,49 milhões de toneladas.

Milho

O milho foi a cultura que mais sofreu com os efeitos climáticos desta temporada. A área plantada da cultura encolheu 1,27%, perfazendo 812,79 mil hectares. Em comparação ao ciclo passado, o prognóstico da Emater é de produção de 5,2 milhões de toneladas, 31,54% a mais do que no ciclo passado, com produtividade 32,23% superior, estimada em 6.401 quilos por hectare. No milho silagem, destinado à produção pecuária, a perspectiva é de colheita de 12,37 milhões de toneladas, quantidade 37,38% acima da obtida na safra passada, apesar da redução de 10,05% na área plantada, fechada em 348,5 mil hectares, associada às condições climáticas que atrasaram o plantio. A produtividade esperada deve ter acréscimo de 52,43%, com 35.518 quilos por hectare.

Feijão

As plantações de feijão, primeira e segunda safras, também terão melhores resultados se comparadas às do ano passado. Para a primeira safra, houve redução de 10,92% na área cultivada, ficando em 25,2 mil hectares. Conforme Baldissera, o excesso de umidade no período de plantio levou o agricultor à decisão de redimensionar o tamanho da safra. A produção deve somar 48,5 mil toneladas, variação de 19,2% em comparação com o ciclo anterior, e a produtividade deve crescer 34,25%, chegando a 1.930 quilos por hectare. Já para a segunda safra, a Emater estima a produção de 31,2 mil toneladas, com crescimento de 8,68% na produção e de 5,37% na produtividade, projetada em 1.568 quilos por hectare, calculada pela tendência dos últimos 10 anos. A área cultivada em segunda safra ficou em 19,9 mil hectares, aumento de 2,57% em relação à anterior.

Fonte: CP

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