Sainz volta a ser kriptonita de Verstappen e vence o GP da Austrália
A kriptonia de Max Verstappen voltou, e não é verde: é vermelha e espanhola! Carlos Sainz atacou no estilo matador, passou na segunda volta e foi embora vencer o GP da Austrália, quebrando longa hegemonia da Red Bull. O holandês teve superaquecimento do freio traseiro, que gerou até uma explosão nao roda direita e obrigou seu abandono em seguida. Um respiro para a Fórmula 1, que viu a dobradinha da Ferrari com Charles Leclerc segurando a pressão final de Lando Norris, na McLaren.
Verstappen largou melhor, mas Sainz não deixou seu encalço. Lá atrás, Fernando Alonso arriscou sair de pneus duros e perdeu quatro posições. Ainda na primeira volta, recuperou três delas e começou uma corrida tática com a Aston Martin.
Na briga de gente grande, Sainz manteve a Ferrari na zona de asa móvel e atacou no segundo setor. No caminho para o temido esse de alta, colocou por fora e assumiu a ponta. Verstappen já reclamava de comportamento esquisito do seu RB20. Na volta seguinte, fumaça na roda traseira direita. Em seguida o sistema de freios começou a perder pedaços e incendiou.
O holandês se arrastou até os boxes, onde a carcaça do freio explodiu numa coluna de fumaça preta. Com o eixo destruído, Verstappen deu adeus à corrida.
As apostas ficaram, então, para uma reação de Sérgio Perez, que a essa altura era sétimo. Só que o mexicano teve muita dificuldade para escalar o pelotão, mesmo com o melhor carro da categoria. Lewis Hamilton tentava pressionar ele e Lance Stroll, numa arriscada tática de pneus macios, com sua Mercedes.
Só os pneus duros estavam efetivamente funcionando e Alonso se beneficiava aos poucos da escolha para pressionar o top 6. A turma de pneus macios abriu a janela de pits, com Hamilton entre eles. Mas logo muitos de médio também pararam.
O britânico quase conseguiu o undercut em Perez, chegou a atacar, mas o mexicano fechou a porta na freada. Logo depois, o motor Mercedes abriu o bico. A quebra de Hamilton gerou um safety car virtual. A essa altura, Alonso tinha o breve gostinho de liderar a corrida, antes de saltar aos pits para aproveitar a troca “grátis” e voltar de vez na briga do top 6.
Veio a relargada, Leclerc ensaiou pressionar Sainz, mas logo o espanhol abriu uma boa folga. A McLaren mandou Oscar Piastri deixar Norris, mais rápido, passar para pressionar as Ferrari. Enquanto isso, Perez descontava a diferença para Alonso rapidamente, com Russell na carona, logo após ser superado pelo mexicano.
De pneus médios, o piloto da Aston precisava segurar o ritmo para não ficar sem borracha. Perez chegou e passou com alguma tranquilidade. Alonso aproveitou a carona e ficou na zona de asa móvel para criar vantagem sobre a Mercedes. As apostas eram de que a Red Bull começaria a voar para lutar pelo pódio, mas Perez nunca saiu do lugar e ficou ali, a 15 segundos das McLaren, seguido por Alonso. Quando Leclerc fez o segundo pit, breve momento de emoção, com o mexicano tentando passar a Ferrari de pneus frios, sem sucesso.
Norris fez várias voltas mais rápidas, sem conseguir ir além dos 2,9s de desvantagem para Leclerc, que controlava bem o ritmo. Mais atrás, Yuki Tsunoda inspirado passava as Haas para subir ao nono lugar. Nico Hulkenberg segurava de novo um pontinho precioso, enquanto Kevin Magnussen fazia uma batalha intensa com Alex Albon, na Williams.
A principal luta era a perseguição de Russell a Alonso, com pneus cinco voltas mais novos. O britânico tirou rápido até a margem de 1,2s. Ali, Alonso o manteve por umas cinco voltas. A quatro do fim, veio a zona de asa móvel. Alonso colocava o carro em todos os lugares errados (ou certos) e a Mercedes instável não ajudava Russell.
Na última volta, Russell chegou muito no primeiro setor, Alonso tirou o pé na tangente para ganhar tração depois e o britânico foi pego de surpresa. Teve que tirar o pé, perdeu a traseira e bateu. A roda prendeu debaixo do carro e gerou uma meia-capotagem. Novo safety car virtual e festa garantida para Sainz.
O espanhol cruzou em formação com o Leclerc, numa aguardada dobradinha Ferrari. Norris fechou o pódio, com Piastri em quarto no seu GP caseiro. Perez foi um apagado quinto, com Alonso em sexto (ainda aguardando análise dos fiscais sobre a briga na última volta). Stroll foi sétimo, seu melhor resultado do ano com a Aston. Tsunoda um merecido oitavo para a RB Junior, seguido das duas Haas.
Resultado que embola o campeonato, com Leclerc apenas quatro pontos atrás de Verstappen na tabela de pilotos, com Perez um atrás, e Sainz outros sete, em quarto. A Red Bull lidera a Ferrari por cinco pontos nos construtores, enquanto a Aston Martin supera a Mercedes por um pontinho.
Fonte: CP