Governo de Javier Milei anuncia pacote de ajuste fiscal com desvalorização do peso argentino

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O governo de Javier Milei anunciou nesta terça-feira (12) o primeiro pacote fiscal para tentar conter a crise econômica da Argentina, uma das piores da história recente do país. Entre eles a desvalorização da moeda local, o peso, para 800 pesos a cada um dólar. O dólar oficial, que na gestão de Alberto Fernández era vendido acima 400 pesos, dobrou de preço, mas ainda está abaixo do que é cobrado no mercado paralelo. O “blue”, como é chamado, estava cotado nesta terça a 1050 pesos.

O novo ministro da Economia, Luis Caputo, anunciou uma série de ajustes fiscais. Caputo fez um discurso de 17 minutos em vídeo, gravado previamente.

Entre as medidas anunciadas, estão:

Não renovar contratos de trabalho com menos de um ano;
Reduzir 106 para 54 o número de secretarias, e os ministérios de 18 para 9;
Reduzir ao mínimo a transferência às províncias;
País não vai fazer mais licitações de obras públicas e cancelar licitações que ainda não começaram;
Reduzir subsídio à energia e aos transportes;
Fortalecer a política social a quem mais precisa, “sem intermediários”;
Cotação do peso em relação ao dólar vai valer 800 pesos;
Suspensão de publicidade do governo por um ano.

“Estamos na pior fase da nossa história”, disse o ministro, que afirmou que a Argentina gasta bem mais do que arrecada.

“Se seguir como estamos vamos ter hiperinflação.” A ideia, diz, é “neutralizar a crise”.

“Viemos resolver isso desde a raiz”, disse. “Se reestrutura a dívida fosse a solução, já reestruturamos nove vezes, seríamos a Suíça”.

Junto com a desvalorização da moeda local, o ministro justificou um aumento do imposto PAIS, que impacta nas importações e ficarão retidas exportações de produtos não agrícolas.

“Estamos definitivamente diante do pior legado da nossa história. Um país onde os argentinos são cada vez mais pobres, com um déficit fiscal que ultrapassa 5 pontos e meio do PIB”, disse Caputo.

O pacote era a medida mais esperada do novo presidente, Javier Milei, que, durante sua campanha, prometeu cortes profundos na estrutura estatal. No discurso de posse, no domingo (10), Milei disse que “não há dinheiro” no país e pediu que a população se preparasse para tempos difíceis antes de que a situação melhore.

“Não existe solução sem atacar o déficit fiscal. A solução implica um ajuste no setor público, que cairá sobre o Estado, e não sobre o setor privado”, afirmou o presidente argentino.

fonte/; O Sul

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