Ministro da Fazenda critica articulação do presidente do Banco Central para aprovar autonomia financeira da autarquia no Congresso

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que Roberto Campos Neto errou ao ter ignorado o governo na articulação pela PEC (Proposta de Emenda à Constituição)  da autonomia financeira do Banco Central no Congresso Nacional.

Em entrevista, Haddad admitiu que a movimentação política do presidente do BC desagradou o governo e que, mesmo sendo uma questão protocolar, “não é menos importante”.

“Eu fui o promotor da aproximação do Roberto com o governo, em geral, e com o presidente da República, em particular. Eu penso que, em se tratando da Constituição do país, haveria uma conversa prévia. E não houve. Foi isso o que eu disse para o Roberto”, afirmou Haddad.

O presidente do BC se antecipou na negociação com senadores pelo avanço da Proposta de Emenda à Constituição que concede autonomia orçamentária à autarquia, desvinculando de vez sua relação com o Poder Executivo, além da autonomia operacional na condução da política monetária.

Além do atropelo na condução do debate, o ministro disse que a PEC tem alguns dispositivos com os quais ele não concorda. “Aliás, não só eu. Muita gente ouvida aqui não concorda. Precisa ser objeto de uma análise mais detida por parte de quem vai decidir”, afirmou.

O gesto de Campos Neto azedou a relação com o ministro e eles passaram semanas sem se falar. Questionado se a ação do presidente do BC havia traído sua confiança, o ministro ponderou. “Se a gente for levar tudo a ferro e fogo, não constrói relações”.

O ministro fez questão de frisar que nunca fez nenhuma crítica pessoal a Campos Neto, mas também não quis validar o prêmio de melhor BC do mundo recebido pela autarquia brasileira. “Tem momentos que acertou, tem momentos que não”, afirmou.

Fonte: O Sul

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